Agora não,
quem sabe mais tarde depois do por do sol?
Quando a lua banhar nossos corpos
e nos abrigar do sereno.
Quem sabe se depois da ceia?
A teia do nosso teto está quase pronta.
Limpar o chão não seria ruim,
mas agora não.
Depois do amanhecer,
hoje eu quer te ver, só te ver.
Te ter ao meu alcance.
Você é teimosa,
eu já te disse:
Agora não!
Teu corpo me seduz,
e eu nunca te ví...
Agora que estou tão íntimo,
tão íntimo com com você.
Agora não,
deixa eu me acostumar
com a tua ausência, indescência e
violência.
Depois do dia seguinte
você poderá vim como sempre.
Te pegarei em meus braços,
sem querer te ponho em meu peito.
Vem!
"Solidão, amiga do peito."
Válber Diniz JAN/92 |